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A Nova VELHA UESB

Dia 21 julho assisti como observador a apresentação da equipe de trabalho que compôe a “Nova Reitoria” da UESB e vi uma demonstração de um filme repetido, reeditado por “Novas Reitorias” anteriores, se não fosse a inclusão de nomes como Enny Vieira, Sônia Matos e Carlos Perez, pessoas que considero pela seriedade e compromisso com esta universidade. Mas este deveria ser um ato de inovação, se não fosse pelos velhos discursos com novas pessoas.


A partir de onde pude ouvir, vi um discurso da PPG repetindo o que Jequié não que ver mais, a desculpa por não realizar eventos em nosso campus. O CONPEX 2009 seria em Jequié, mas pela contenção de verbas, foi adiado, mas o Seminário de Iniciação Científica poderia ter sido e, mais uma vez a Pro-Reitora faz um discurso parecendo novo, mas que aponta as mesmas justificativas de sempre. O CONPEX 2010 não será realizado e o Seminário, nós comunicamos que será em.... Bem, quem acertar ganha um bônus.

Veio então a PROGRAD fazer sua apresentação e tece cansativamente um rosário de justitificativas para a falta de estrutura com que os cursos nossos funcionam e que será feita uma “faxina legal” em todos os projetos pedagógicos dos cursos, porque o MEC, o Conselho Estadual, sei lá, um monte de órgãos disseram (interferem) que está tudo errado e até os diplomas podem estar ameaçados. E repetiu, e repetiu, falou de novo.

O Pró-Reitor de Administração foi o mais breve, quase que não se ouviu o nome dele e limitou-se a dizer que estará sempre alerta para responder às demandas dos três campi, sem preconceitos territoriais. Entretanto, este é um setor que torna as coisas mais fáceis no dia-a-dia da UESB. Era dele que deveríamos ouvir que a DESCENTRALIZAÇÃO estava por vir. Ato tão esperado desde que a instituição existe, mas ficamos frustrados.

Das falas mais intrigantes, para mim, foi a do Vice-Reitor. Falou de hierarquia institucional, mas não deixou claro o motivo de evidenciar tal tema. Talvez seja porque tem pessoas sem cargo se posicionam como se os tivesse e querem passar por cima de todos.

Falou em colocar um abusivo crachá em todos os servidores e profesores, pois, segundo ele, devemos estar sendo identificados o tempo todo que somos servidores e professores da UESB. Só faltou dizer que vai mandar confeccionar um uniforme para todo mundo e obrigar hastear a bandeira nacional e enfileirar a turma para cantar o hino nacional. Bem, depois falou que professores de dedicação exclusiva podem perder a dedicação caso uma auditoria do Estado venha nos fiscalizar a qualquer momento. Uma postura no mínimo perigosa de controle e amedrontamento institucional.

Pediu ao Reitor que fizesse postar na página da UESB cada gasto da gestão para garantir que será austera, como se fosse uma benesse da reitoria fazer isso. Olha, mostrar transparência já é uma obrigação e toda instituição pública é obrigada a publicizar seus atos administrativos e financeiros no Portal da Transparência e a UESB já tem. Onde é que o vice está, alguém pode me dizer!!!

Para terminar, fez umas elucubrações sobre as obras inacabadas do Campus de Jequié. Olha, até parecia que ele fez oposição ao ex-reitor. Quem o ouvisse falar pela primeira vez e não soubesse que ele apoiou a gestão anterior, do qual o atual reitor foi Pró-Reitor Administrativo e Chefe de Gabinete, diria que o vice é o cara. Como ele não explica o porquê das obras de pavimentação de Jequié nem começaram ainda e Itapetinga já está em andamento?

Mas o pior nem foi isso, foram as lamentações de pedidos de lupa, que a treze anos não chega, de sala para aula para isso, para aquilo, foram análises superficiais dos sérios problemas que temos aqui, análises puramente de demandas pessoais. Não dá para acreditar que estamos discutindo nesse nível.

Mas, me desculpem os otimistas daquele dia, mas achar que o reitor vir aqui uma vez por mês e achar que está praticando DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA, tá muito equivocado, sem falar na AUTONOMIA da UESB, onde esses homens e muheres a esconderam?

Nesse ponto a fala do Reitor me pareceu bastante sincera, pois reconheceu o óbvio, a gente não sabe ser uma universidade multicampi e, depois de trinta anos de vida a UESB, quem sabe não passa por uma terapia e descobre quem e o que ela é.

Bem, para mim, fica muito claro que é necessário mais que uma simples apresentação de equipe para mostrar que essa gestão não vai ser pior que a que saiu, mas como dois meses não são quatro anos, vamos mais uma vez “esperar” que a nova seja diferente e se possa fazer a transformação que é necessária. Se cursos deixarem de ser criados de qualquer maneira, de modo político, se a ACADEMIA for prestigiada, se a ÉTICA for respeitada, há sim uma luz no fim deste escuro túnel.

Por: Candido Requião

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